O valor da música

Qual é o significado da música na minha vida? De verdade. Eu, assim como várias pessoas falam, naquelas primeiras conversas com um desconhecido, que gosto de tudo um pouco. Mentira. Ninguém gosta de tudo um pouco. Vai me dizer que você gosta de músicas Irlandesas...tá, exagerei, mas a questão desse post é de explicar, ou pelo menos tentar, o real significado da música para mim.
Ganhei, de natal, um livro chamado "1001 discos para se ouvir antes de morrer", e acredite, ele é uma ótima aquisição! Desde o rock dos anos 50 até o folk de 2007, o livro traz álbuns desconhecidos, para mim e minha ignorância musical, de bandas interessantes. Uma vez, decidi me aventurar a baixar um CD que foi citado no livro, "The good, the bad and the queen", que como o nome sugere, é inglesa, e tem o ex guitarrista do Blur. Peguei algumas músicas deles, e a primeira já me encantei. Começou a tocar "80's Life", e eu fui acompanhando o piano que, junto com um vocal meio despojado, a banda tem um estilo interessante, e teve seu álbum eleito como a trilha sonora londrina de 2007. Não é pouco não!
Mas voltando ao assunto principal...a música pode representar várias coisas. Todos os sentimentos que podem ser expressos por palavras, a música traz em sua extensa bagagem. Durante esse texto a música "Every breath you take", do The Police, esta tocando no meu player, e, apesar de ter "descoberto" a banda, e vem entre aspas porque a banda, e você deve estar pensando nisso agora, tem anos e anos de estrada, e eu fico lembrando de várias coisas que aconteceram. Amores passados, amizades antigas, daquelas boas que citei num post antigo, e faz pensar, também, no futuro.
Nessa onda de descobrir bandas do passado fui ver músicas da "Blitz", se não conhece, pergunte a seu pai. A trupe, formada no Rio de Janeiro na década de 80, tem uma importância fundamental para a formação do rock brasileiro, e eu fui achar músicas que conhecia, como dizem, "marromeno".
Ouvindo a voz do Evandro Mesquita, comecei a pensar como seria viver naquela época. Ditadura, a censura e tudo mais. Não que essa parte seria interessante, mas pensar que houve artistas que disseram que não esta certo não poder falar o que quiser, isso realmente me encanta, e a "Blitz" exerceu esse papel quando foi formada.
Eu vi que sai completamente da minha idéia, mas achei um caminho mais interessante. A importância da música para a sociedade inteira. No Brasil, temos vários momentos em que a música foi importante. Temos a bossa nova, a tropicália, sucessora da bossa nova, aquela que revirou a ditadura militar e que teve seu fim com a prisão de Gil e Caetano, temos o movimento punk, e agora o emo. Cada geração é influenciada por conceitos, ideologias, e gerações anteriores, porque não, e isso se reflete no que a mesma vai ouvir. Além de mudar de acordo com o tempo, a música , quando boa, transcede a barreira do tempo, e vai ser ouvida sempre. Podemos falar, tantos dos Beatles, como da Blitz, que disse que "descobri" esses dias.
Pra terminar esse post, que eu estou achando um desastre, gostaria de deixar um trecho da música "A dois passos do paraíso", da Blitz, para mostrar como que a música pode falar de amor e amizade, em diferentes níveis sociais:
"A Rádio Atividade leva até vocês
Mais um programa da séria série
"Dedique uma canção a quem você ama".
Eu tenho aqui em minhas mãos uma carta,
Uma carta de uma ouvinte que nos escreve
E assina com o singelo pseudônimo de
"Mariposa apaixonada de Guadalupe"
Ela nos conta que no dia que seria
O dia do dia mais feliz de sua vida
Arlindo Orlando, seu noivo
Um caminhoneiro conhecido da pequena
E pacata cidade de Miracema do Norte,
Fugiu, desapareceu, escafedeu-se
Oh! Arlindo Orlando
Volte, onde quer que você se encontre
Volte para o seio de sua amada
Ela espera ver aquele caminhão voltando
De faróis baixos, e pára-choque duro."