Lembranças...

É...o vestibular esta realmente próximo. Agora que falta menos de um ano, melhor, menos que nove meses.
Formatura, despedida de amigos (e que amigos!), novos amigos, perspectivas. Tudo isso me assusta e me leva para um momento nostalgia mais uma vez (me perdoem).
Lembro-me bem do meu primeiro dia de aula no finado Pitágoras Pampulha. Eu havia chegado atrasado, e tive que subir com a segunda serie. Isso pra mim foi quase que uma via crucis de vergonha para mim (convenhamos, para um menino de sete anos, que não conhece ninguém naquele colégio, andar com um bando de mais velhos era realmente embarassoso).
Pois bem, cheguei em minha sala, e logo vi que quase todos me olhavam. E tratei de achar um lugar bem rápido, e foi aí que veio um pequeno mico.

"se não acontecesse um, não seria comigo!"

Fui sentar em uma cadeira, quando meu paletó, sim, paletó, agarrou numa mesa vizinha e derrubei umas três mesas seguidas. (vergonha? naaah!)
Sentei-me, e aguardei a aula começar. Quando esta começou, a "tia" começou a chamada: "Belisa, Caio, Daniel...Vinicius!"

"Opa! Esse aí, é, o último da chamada, sou eu!"

Levantei minha mão com um custo.

"até porque, todos queriam saber qual era o nome do desastrado que no primeiro minuto de aula conseguiu derrubar três mesas!"

E então a aula começou, e transcorreu sem micos até seu final.

"Ah, antes! Tenho que contar do recreio, é claro!"

Deu a hora do recreio, e fomos para o parquinho. E lá, os meninos brincavam de um jogo, até então, desconhecido por mim, chamado "Policia e Ladrão". Fiquei com vergonha de pedir para brincar, e então eu fui para o balanço.

"E ai vem mais uma coisa engraçada! Ah como eu tinha vergonha das coisas!"

O balanço estava ocupado por um menino que eu não conhecia, e então eu disse pra ele: "Quando você acabar, eu brinco!"
E lá fiquei, esperando o desconhecido sair do balanço. Esperei, esperei, até que eu vejo uma agitação na porta do parquinho. Era o fim do recreio. E eu tinha ficado sem brincar de nada.

O decorrer dos anos foi tão tranqüilo que eu já me sentia em casa. Lembro de algumas coisas de relance. Simples, mas que marcaram a minha vida naquele colégio.

Disputas por campinhos de futebol, amizades, brigas (tinha que ter, né!), despedidas.

De alguma maneira eu sinto que isso tudo vai ficando mais longe, mais apagado. Como se as coisas novas que vão acontecendo fossem tomando o espaço das antigas e boas. Os problemas aumentam, e nós acabamos por esquecer as coisas boas, que valem à pena lembrar, e levar consigo.

"aaaah, clichê!"

Nas pesquisas de faculdades eu me deparei numa grande dúvida. Tento, ou não tento USP. Sei que a universidade tem um grande peso com seu nome de prestígio, mas não sei se conseguiria abandonar essa cidade, esses amigos. Acho que vou levar um pedaço de cada um, mas gostaria de agradecer, aqui, alguns que são os mais importantes para mim:

Letícia: Aquela amiga que sempre esteve por perto. A mãe. Não lembro ao certo quando a conheci, mas lembro de vários momentos com ela. Lembro da chapa "Atuação" (lembra, lê?). Os tesoureiros mais mirins que aquele colégio já vi aspirar um cargo tão importante! Você estará sempre comigo, viu! Te amo, mesmo!

Deborah: A irmã que eu sempre quis ter. Aquela que eu podia contar tudo, aquela que dividiu o fundo da sala comigo, né! Apesar de ter conhecido-a há apenas dois anos, eu tenho a certeza de que ela partilhou comigo uma amizade pura, e verdadeira!

Larissa: Entrou na minha vida, de fato, ano passado. Foi chegando como quem não quer nada, e hoje é minha amiga mais próxima. Afinal, com quem eu posso passar onze horas no skype? Onze horas para cada ano perdido sem a amizade dela! Lari, sua pescoxexa é minha, e eu te amo muito! White roses

Lara: Não sei como começar a falar dessa baiana meio mineira...nunca vi pessoa que ganhou minha confiança tão rápido como ela. Lembro-me do dia em que descobri que ela era baiana. Eu fui o primeiro a zuar ela, mas ela sabe o porque, não sabe?! Depois disso, foi tudo tão diferente, que eu ainda sei que ela esta por aqui!

Bárbara: Falar dela é fácil, mas tão complexo, que chega a assustar às vezes. Esses anos todos de convivência só me fizeram chegar a uma conclusão bem simples: Eu te amo!

Priscilla: Minha eterna namoradinha...hauhuauhahah...História tão engraçada que vocês nem imaginam, né pri! Ainda quero ter muitos anos na sua companhia rosa, viu!

Tete: "Oi, te amo!"

"agora, chega de mulher, e vamos para os parceiros!"

Alexandre: Um irmão pra todas as horas, aquele que eu sempre contei, e sempre vou contar. Lembro-me do dia em que a gente se conheceu. No especial. Eu ia passar pro banco da frente, e acabei por dar um chute na boca dele (outra vez, eu digo, se não fosse com alguma trapalhada, não seria eu!). Pra sempre!

Gustavo: Meu futuro médico XD. Vai longe, esse cara! Apesar do pouco tempo que tivemos de convivência, ele entra naquela lista, sabe? Aquela. Dos melhores amigos!

Caio: Esse foi por último propositalmente. Afinal, não se pode usar pouco espaço para descrever onze anos de amizade, pode-se? Ter conhecido esse menino foi [muito] bom. Nós estavamos envolvidos em tudo naquele colégio. Tentamos duas vezes o grêmio, e, na vez que ganhamos, fizemos uma promessa. Iriamos dar um "golpe de estado" e governar por mais de um ano. E não é que foi assim que aconteceu. Grêmio, Mini-Onu, e tudo mais. Além disso, tem as várias horas de conversas, apoio quando um precisava. Nesses onze anos de historia, tudo o que eu tenho a te dizer é "obrigado". Obrigado por tudo que você já fez por mim, por todas as horas que vocês esteve lá, e eu sei que nós ainda vamos viver muitas coisas juntos!

"agora acabou, juro!"

Então, esse foi mais um post nostálgico que não tem nexo algum, mas serviu para que eu possa colocar o pensamento no lugar. Que este ano que se inicia seja bom. Seja melhor que os dez que eu passei.

Para os amigos, deixo aquela canção do milton nacimento, aquela, sabe, da america:
"Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam não
Mesmo esquecendo a canção"