Como deu pra perceber, o último post foi uma pequena introdução de um tema muito delicado. A ditadura militar. Ditadura, esta, que fez o país passar por vinte e um anos de opressão. Para começar o assunto, vamos falar do por que o Brasil sofreu o golpe e quais foram suas conseqüências ainda em sua época. "As raízes do golpe de 1964 são muito profundas. O golpe militar começou a ocorrer 10 anos antes, em 1954 quando a situação de Vargas estava insustentável devido aos escândalos sucessivos que ocorriam durante seu governo, além das sabotágens de grupos interessados em desestabilizar o Brasil política e econômicamente.
Em 1961, Jânio Quadros renuncia, numa tentativa fracassada de um "auto-golpe". Então, sobe ao poder João Goulart, o que gerou descontentamento entre segmentos contrários ao populismo de Vargas.
Os protestos aumentaram e chegaram num nível tão grande que a situação se tornou insustentável, e é aí que entra a parte suja dessa história. Os Estados Unidos da América.
Pra mostrar o que aconteceu, e o que levou a participação dos EUA no golpe de 1964, vamos analisar a guerra fria.
Sei que o post está meio confuso, mas conforme os fatos forem sendo apresentados, vocês perceberão a necessidade deste "vai e volta".
Todos sabem que, desde o final da segunda guerra, até meados dos anos 1990, o mundo estava na chamada guerra fria. Guerra, essa, que duas potências dividiam o mundo numa suposta bipolaridade. E por que "suposta" bipolaridade? A explicação é bem simples. A economia dos EUA, no final da segunda grande guerra, estava indo bem, aliás, muito bem, mas alguns anos depois, a nação americana, antes detentora de mais de metade do Produto Interno Bruto(PIB) mundial, começou a perder espaço para outras potências, entre elas: Japão, Reino Unido, URSS. Então, a maneira encontrada pela potência nórdica de se manter hegemonica, foi um programa chamado "Doutrina da Segurança Nacional". Mas o que era isso?
Bom, através dessa doutrina, os EUA se colocavam no direito de invadir qualquer país que julgasse necessário para acabar com a "ameaça" comunista. E, segundo os espertalhões do pentagono, o Brasil era uma potencial ameaça ao capitalismo americano.
Então os estadunidenses começam a treinar os militares brasileiros para torturar e calar sua própria nação. Qualquer "comunista" deveria ser morto o mais rápido possível. A política e o militarismo começam a se interligar, coisa que não deveria acontecer tão veemente.
Cursos ministrados em espanhol faziam com que os militares brasileiros soubessem identificar e punir categoricamente a população brasileira. Com isso, dava início a tortura impensada no Brasil.
Na visão americana, ou se estava com o capitalismo, ou com o comunismo. Se os países aderissem ao capitalismo, não haveria problema. Agora, se o comunismo fosse escolhido, ou por seus governantes, ou por algum revolucionário, como em Cuba, o "tio sam" deveria agir, e rápido. Da mesma forma como a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas(URSS), não admitiam uma nação capitalista em sua área de dominação. Naquela guerra, não era possível ser neutro.
E foi nessa de tentar ficar neutro que o Brasil acabou se estrepando. A CIA, Central of Intelligence Agency, forneceu todo o apoio para o golpe de 1964 e o país se viu dominado por seu próprio exército. Uma lástima.
Um exemplo rápido, é Cuba. Que, anos depois de se estabelecida a revolução, teve sua ilha invadida por cubanos descontentes e patrocinados pelos EUA, na baía dos porcos. Que foi um fracasso.
Mas, voltando ao Brasil, os anos do regime militar que se seguiram foram marcados com sangue. Sangue dos que queriam ver um país livre. Livre pra pensar, pra agir e, acima de tudo, ser independente, ideologica e politicamente.
Dentre os mais cruéis, podemos destacar, principalmente, o General Arthur da Costa de Silva, onde os índices de desaparecidos cresceu exponencialmente.
Agora que vocês já sabem como que foi o golpe, o governo e um pouco sobre a bipolaridade, gostaria de chamar atenção para uma coisa que é, no mínimo, intrigante. Como um exército, que supostamente deveria defender sua nação, voltou-se para ela, e a torturou.
A explicação é simples e nos faz entender porque o regime não foi bem sucedido e porque muitos acusam os generais de beócios. A influência dos EUA.
Como disse, os EUA patrocinavam o regime, não só no Brasil, mas na américa latina toda, para que a "ameaça" do comunismo não se espalhasse pelo continente. Mas o Brasil nunca mostrou indícios de que uma revolução socialista. Então, por que patrocinar? "A alegação: a de sempre - a ameaça comunista. Ameaça que não existia, já que o Partido Comunista Brasileiro (na legalidade) era, como sempre foi, um partido conservador que não admite o apelo à luta armada e que, eleitoralmente, era inexpressivo. Mas o objetivo dos Estados Unidos era implantar aqui a Doutrina da Segurança Nacional, entregando a chefia do governo a militares e transformando o Brasil num satélite, ou seja, numa colônia. Tudo isto, é claro, tendo como objetivo a defesa da civilização ocidental cristã e democrática..."(²)
Saindo desse tópico, vamos entrar num outro que, para mim, é o mais importante desse post: A mobilização nacional. Como que estudantes armados de idéias e vontade conseguiram destituir esse regime cruel e opressor?
Simples, eles acreditavam no futuro do país. Acreditavam que era possível mudar a situação nefasta na qual o Brasil se encontrava. E agiram para isso. Não deixaram-se oprimir, e passaram a fazer críticas severas ao modo de governo militar.
Então, se os jovens daquela época conseguiram, por que nós não conseguimos mudar o Brasil?
Simplesmente porque não queremos. Ficamos apáticos à qualquer notícia que aparece. Assim que sai um escândalo de corrupção, nós, fazemos piadas, e utilizamos aquele bordão: "tem que rir pra não chorar". Errado! Temos que sair nas ruas, protestar, exigir mudanças, cobrar aquilo que nos prometeram. Então, vamos passar a ser mais ativos, vamos acreditar no nosso país, vamos ama-lo, ou deixa-lo.
Para terminar o post confuso, vou deixar aqui um trecho de uma música que expressa o que foi o objetivo desse post:
"Pelos campos a fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão..."
Geraldo Vandré
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Referências:
1 - http://www.historiadobrasil.net/ditadura/
2 - Livro "Mobilização Nacional" de Celso Brant
Um comentário:
Manuu..
Amei essi post!
Li ate o fim.. nao que eu n tenha lido os outros.. mais eh que esse ficou gigante!
Gostei do tema!É bem legal!!
Te adoro mto!
Obs:to sem inspiração de fazer um comentario agora..mais essi foi soh pra marcar minha passagem aki!
Continua assim.. seus posts estao perfeitos!
Beijos!
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