Pois é, terei de usar aparelho. Uma coisa normal para um adolescente, mas até o final do tratamento como serão meus dias de sorriso metalico ?
Seria excluido da sociedade ? Seria comparado a nerd's ?
Bom, sem saber responder as intermináveis perguntas que fervilhavam em minha cabeça, fui, numa quarta feira cinzenta e mal humorada, para o suposto fim momentaneo de minha vida social(le-se dentista).
Pois bem, chegando no seu consultorio, que por sinal é muito bem organizado e aconchegante, percebi que teria de subir escadas para que pudesse alcançar o hall principal. As escadas pareciam interminaveis, a cada degrau que subia podia ouvir os ruidos daquelas maquininhas que os dentistas usam para arrancar nossa felicidade de irmos lá, um após o outro subia os degraus, a cada passo ficava evidente que não tinha escapatoria, seria o fim de certo.
Cheguei na sala de espera e, excepicionalmente ela estava sem revistas o que me deu uma agonia pois já estava nervoso e alem disso não poderia ler sobre o que aconteceu de interessante no mundo naquela semana que, para mim seria o começo de uma tortura, me contorcia todos os segundos, minhas mãos estavam suando frio e inquietas, tentavam iniciar uma guerra de dedos, sem sucesso já que não tinha uma mão de terceiros para desafiar. Ao menos minha mão reinava naquele local.
Quando menos esperava, abre-se uma porta e de lá de dentro pude ouvir uma palavra. Uma palavra que, de fato, anunciava o principio do fim: "Vinicius". Me chamavam para a consulta.
Entrei no consultorio humilde e desamparado e lá a dentista começou a falar sobre o tratamento. Meus ouvidos captavam tudo o que ela falava, mas minha mente nada entendia, pois estava mais preocupado em ouvir a parte final,ou seja, quando eu terminaria o tratamento. Ela falava e falava e não conseguia captar minha atenção até que uma frase foi proferida que fez com que todo o peso e as duvidas que pairavam sobre minha mente, já seriamente abalada, sumissem como se tivessem tomado chá de sumisso:"Não posso colocar, então, o aparelho sem saber por quanto tempo mais você irá se desenvolver". Aquilo para mim foi um alivio.
Percebi então que a dentista somente falava que teriamos que adiar o começo do tratamento e que, pelo menos até a lauda da radiografia chegar, estaria livre daquela sentença irrevogavel.
Escapei vivo, e viverei até segunda ordem!
domingo, 28 de outubro de 2007
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